sábado, 31 de dezembro de 2016

D. Henrique I "O Casto" (1578 - 1580)

D. Henrique
D. Henrique era filho de D. Manuel I e da sua segunda mulher D. Maria de Aragão e Castela, sendo o irmão mais novo do rei D. João III. Cedo foi aclamado Arcebispo de Braga, depois Arcebispo de Évora, Arcebispo de Lisboa e ainda Inquisidor-mor, antes de ser nomeado Cardeal. Chegou a ser inclusivamente apontado como um dos favoritos para ocupar o lugar de Papa, principalmente após D. João III interceder junto do imperador Carlos V de Espanha, seu cunhado, para favorecer D. Henrique aquando da possível eleição. D. Henrique era um homem extremamente devoto e foi por empenho dele que a Ordem dos Jesuítas se fixou em Portugal, chegando a fazer uso desta para serviços no Império Colonial Português. Quando D. João III faleceu, o poder da regência foi entregue a D. Catarina de Áustria, mas com a oposição de grande parte da nobreza e clero, a regência acabaria por ser entregue a D. Henrique em 1562 (D. Sebastião só subiria efetivamente ao trono em 1568). Após a morte de D. Sebastião, D. Henrique procurou renunciar aos seus votos de castidade e ao seu posto clerical, e procurou uma noiva para poder dar continuidade à dinastia de Avis, mas o Papa Gregório XIII, sendo familiar dos Habsburgos, casa que governava Espanha e que seria pretendente ao trono português, inviabilizaria a pretensão de D. Henrique. D. Henrique acabaria por ser aclamado rei na igreja do Hospital Real de Todos os Santos, no Rossio, cabendo-lhe a gestão do resgate de muitos dos cativos em Marrocos. D. Henrique contribuiu definitivamente para a crise da sucessão em Portugal, ao nunca querer facilitar a proclamação do seu sobrinho, D. António, Prior do Crato, como Rei. Este chegou mesmo a ser aclamado Rei de Portugal, mas seria derrotado pelo Duque de Alba na batalha de Alcântara, abrindo caminho a que Filipe II de Espanha se tornasse Filipe I de Portugal. D. Henrique ainda assistiu ao regresso do flagelo da peste negra em Portugal, tendo morrido cerca de 25 mil pessoas durante o ano de 1580. O Rei faleceria cedo, durante as Cortes de Almeirim de 1580, onde preferiu nomear um conselho de cinco regentes do trono de Portugal em vez de proclamar como seu sucessor o seu sobrinho D. António. Filipe II de Espanha reclamaria para si o trono de Portugal, e acabaria por ser aclamado como Filipe I de Portugal, com a condição de que o reino e territórios portugueses ultramarinos nunca se tornassem províncias espanholas.

Principais pontos a destacar na governação de D. Henrique I:
• Governa por apenas dois anos, tendo falecido sem descendentes, o que abriria a porta à união dinástica entre Portugal e Espanha;
• Não apoia o neto de D. Manuel I, D. António, Prior do Crato, na sua pretensão sobre o trono de Portugal, o que poderia ter resolvido a questão da sucessão de D. Sebastião.

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